
Todos somos diferentes, mas alguns insistem em tratar os negros como “mais” diferentes dos demais. Parafraseando o célebre George Orwell, uns seriam “mais iguais que os outros”. Se os “brancos” não estivessem tão preocupados em tentar repor de alguma forma o sofrimento que causaram aos nossos ancestrais durante a época da escravidão, ou de eliminar erroneamente essas diferenças, as quais somos obrigados a suportar diariamente, não necessitaríamos de um dia que tratasse de cuidar do engajamento dos negros na sociedade, pois estes sempre fizeram parte dela, contudo outrora numa posição bastante desfavorável.
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"Somos todos iguais, de braços dados ou não" |
Finalmente, não venho aqui criticar o estereótipo que sofremos com associações à pobreza ou à marginalização, ou perguntar o porquê de acreditarem que eu e meus semelhantes em raça necessitamos de um tratamento diferenciado dos demais para ter acesso a uma escola superior, assim como não vou questionar se, utilizando de tal artifício, os “brancos” reconhecem que a escola que oferecida publicamente aos “negros” não nos qualifica suficientemente a fim de nos proporcionar igualdade em concorrência com vossos filhos de escolas privadas. Questionarei, em verdade, se o dia da consciência negra foi determinado pra lembrar que existimos com preconceitos e indiferenças ou para lembrar apenas que existimos e estamos aí, esperando sermos tratados como iguais! E não adianta fingir que não existe tanto preconceito assim contra o negro, pois, se tal não houvesse, existiria um dia da consciência branca para lembrar-lhes que um dia nós fomos humilhados e merecemos o devido respeito!
Ítalo Rodolfo - Aluno do 3º ano do curso integrado de Eletrotécnica do IFRN/Mossoró e negão com orgulho.
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